Eu quero ir embora da minha vida. Para um sobradinho bem
colocado e esquecido no alto da montanha, onde Aristóteles perdeu as botas, largou a matemática e toda a filosofia do
mundo. Sentir o corpo coberto de lama por andar rastejando, braços e pernas
cansados da pseudo-maratona contra ninguém. Deus e eu. Apenas. E talvez um café
para acompanhar o ritmo desacelerado e campiano. Frequentar a caverna dos
desesperados, dos sem alma e dos apaixonados. Vezes fanáticos, vezes gente
comum, vezes cultos e vezes promíscuos. A caverna de todos. O buraco. É para lá
que quero ir.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Segredos públicos.
Não me conte segredos, não os quero. Dispenso
responsabilidades adquiridas, então me poupe do trabalho de esgotar suas expectativas.
Fala de segredo como se fosse algo seu, não do mundo. Ora, tenho algo a lhe
dizer: se pode contar a alguém, simplesmente não é segredo. Nada na vida é
segredo, tudo é compartilhado. Ao pé do ouvido, da escada, do microfone, do
megafone. Nada é segredo. Nem você, nem eu, nem o que contou por ai e pediu
para que não fosse repetido. Clamamos por uma confidencialidade que nem nós
mesmos podemos cumprir, e ainda temos a cara-de-fuinha de cobrar um segredo que
não seguramos na língua. E é isso. É só isso. Assim como o vento é descolorido aos olhos e presente ao
corpo...
Os segredos são públicos.
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