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Os ventos
cortantes que invadiam a cidade tornavam-na vazia, já que os habitantes de
Londres decidiram ficar dentro de suas casas, com o aquecedor ligado na
potência mais alta, para fugir do outono gelado. Este dava indícios de como
seria o inverno que não tardaria a chegar. As árvores lutavam contra o vento
para não perderem as últimas folhas laranja que sobraram nos seus galhos
compridos que apontavam para a lua, como em uma última prece para que a
primavera não demorasse muito para dar as caras.
Alguns londrinos festeiros não ligaram para a
sensação térmica de trincar os dentes e saíram para aproveitar aquela noite
fria de sexta feira. As poucas pessoas que podiam ser vistas caminhando pelas
ruas estavam vestidas com dezenas de casacos, adquirindo uma aparência obesa.
Essas pessoas logo entravam em algum dos pubs que podiam ser encontrados em
praticamente cada esquina e, assim, davam início a uma noite nada fria regada a
chopp e cerveja.
Caminhando pelas ruas, uma menina loira de grandes olhos verdes divertia-se vendo como algumas pessoas eram tão corajosas para coisas tão supérfluas. Sorriu de canto quando viu mais um casal entrar num pub uns três passos à sua frente. Holly apertou o único casaco que havia colocado antes de sair de casa e ajeitou suas luvas. Ela amava o frio e jamais fugiria dele. Andou mais alguns passos e parou na grande janela do pub onde o casal havia entrado há pouco. Observou as pessoas sorrindo e bebendo, algumas conversavam, outras jogavam baralho ou sinuca. Segurou sua câmera fotográfica profissional e retirou a alça desta de seu pescoço. Levou a câmera à altura de seus olhos e focalizou através da lente todas as expressões de felicidade que podia perceber, eternizando-as em fotografias. As pessoas estavam tão dispersas que nem notaram a estranha que os fotografava. Holly passeou mais alguns segundos sua lente pelo pub antes de parar instantaneamente em uma cena, no mínimo, comovente.
Caminhando pelas ruas, uma menina loira de grandes olhos verdes divertia-se vendo como algumas pessoas eram tão corajosas para coisas tão supérfluas. Sorriu de canto quando viu mais um casal entrar num pub uns três passos à sua frente. Holly apertou o único casaco que havia colocado antes de sair de casa e ajeitou suas luvas. Ela amava o frio e jamais fugiria dele. Andou mais alguns passos e parou na grande janela do pub onde o casal havia entrado há pouco. Observou as pessoas sorrindo e bebendo, algumas conversavam, outras jogavam baralho ou sinuca. Segurou sua câmera fotográfica profissional e retirou a alça desta de seu pescoço. Levou a câmera à altura de seus olhos e focalizou através da lente todas as expressões de felicidade que podia perceber, eternizando-as em fotografias. As pessoas estavam tão dispersas que nem notaram a estranha que os fotografava. Holly passeou mais alguns segundos sua lente pelo pub antes de parar instantaneamente em uma cena, no mínimo, comovente.
Aquele mesmo casal estava parado, já livre de todos
os casacos e luvas que vestia antes, trocando palavras em silêncio. A garota,
de cabelos pretos e olhos de um tom de azul estupidamente bonito, estava sentada
em um dos bancos com o braço apoiado no balcão do bar do pub, segurando uma
caneca de chopp. O rapaz, meio forte meio magro e de capuz, encontrava-se em pé
exatamente a sua frente, com uma caneca igual à de sua namorada na mão. Os dois
apenas trocavam olhares, uma conversa desprovida de fonemas e letras, um puro
sentimento impregnando o ar. Eles pareciam ter esquecido toda algazarra que
estava acontecendo ao redor e se perderam em um bosque de paredes altas, um
bosque que haviam acabado de construir.
Após alguns segundos, a garota sorriu. Não um
sorriso comum, ela sorriu com os olhos.
Nessa hora, Holly saiu de seu pequeno transe e
apertou o botão que eternizaria aquele momento em uma imagem. Sem pensar de
novo, ela deu dois passos para trás e recolocou a alça da câmera em seu
pescoço.
Depois, continuou sua caminhada ignorando o aperto
constante que a cena havia causado em seu coração.
Rodapé: Existe uma narrativa completa, mas, por agora, sossego com o primeiro capítulo. Descrônicando em crônica. Espero que gostem.
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