terça-feira, 20 de agosto de 2013

Genética Brown.

Charlie Brown
Algumas pessoas nascem com sorte.

Elas tem um gene especial, uma herança monogênica, locado em algum dos braços de algum cromossomo perdido no nosso núcleo celular. É isso ai. As pessoas já nascem com isso presente em cada célula do corpo, tornando-a brilhante, feliz... Uma pessoa de sorte.

Mas eu, moço, não vim com isso não.

Estou começando a acreditar naquela coisa de predestinação, sabe? Aquela lá de que Deus colocou uma carinha feliz na testa de todos os que iriam pro céu antes mesmo dos benditos nascerem. E essa predestinação se expressa nesse gene ai, que fica no locus felicidade do cromossomo.

Então eu digo que minha genética é Brown.

Não, não é o nome de um cientista. É Brown de Charlie Brown mesmo. Nós dois não fomos premiados com esse gene, então nosso locus felicidade está vago. Alguma coisa devia ser expressa por ali, com certeza, porque podemos sentir a falta dessa proteína em cada célula do corpo.

Agora, vem cá... Tanto gene pra botar defeito, e cai logo nesse?

Somos predestinados ao azar. Tudo o que fazemos costuma dar errado, simplesmente porque é assim que tem que ser. Errado. E toda vez que dá errado bate aquele vazio existencial, no qual tudo está lá, mas nada faz sentido. Nada é válido.

E você se sente uma pedra ambulante.

Só que eu só quero deixar um recado para quem tem esse gene, ou para quem Deus colocou o sorriso na testa: eu não sou uma perdedora. Com ou sem sorte vou correr atrás, vou ter tudo o que a ausência desse gene tirou de mim. Um dia vou ganhar esse sorriso na testa também, e por merecimento, não por predestinação.

Eu acredito na epigenética e mais: ela guardou um lugar especial para mim no céu.

PS.: Um dia chegaremos lá, Charlie Brown!

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