Eu tenho essas manias assim, sabe? Essas coisas de achar que tudo está virado ao contrário e aquele mimimi que inflige pânico a pessoas de alma fraca, de caráter fraco. É isso ai que você leu, tenho um caráter preguiçoso do cacete.
Ele não sabe se impor. Não sabe ser feliz. Não sabe ser triste. Não sabe ser mal-amado, muito menos bem-amado. É o filo de uma boa vagabunda preguiçosa que não levanta a bunda nem para exibir a dignidade, o direito, de sair dos lugares que lhe fazem mal.
Com todo o respeito das palavras, um imprestável.
Imprestável porque abaixa a cabeça pra qualquer porcaria. Mesmo que essa porcaria seja tão pequena que ninguém enxergue além dele. É um imprestável de boa visão, veja só. Tão boa que faz micropedras se transformarem em icebergs maiores do que o que afundou o Titanic.
Eu não ligaria tanto se ele fosse imprestável sozinho e não me arrastasse para o buraco também.
O maldito não gosta de ser sozinho. E às vezes, usando as palavras da Barbarah sem permissão, "quero abrir um zíper nas minhas costas e sair do meu corpo". Porque, na boa, essa vergonha não é minha. Essa fraqueza não é minha, eu não comprei, não roubei, nem paquerei a bendita pra ela colar em mim assim.
Vá se tratar peste. Esse corpo não é teu.
Então farei o seguinte: abrirei um zíper não para mim, mas para você sair aqui de dentro.
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